Por: Leandro Eliel
Atualmente, dois campos disputam
o controle do partido: um setor moderado e majoritário (Unidade Socialista),
capitaneado atualmente pela APS e por diversos grupos regionais; e um setor
radicalizado (Bloco de Esquerda), composto por Insurgência, MES, APS-Corrente
Comunista, CST, LSR, Carlos Gianazzi, entre outras
organizações e lideranças. Entre eles o Coletivo Rosa Zumbi, que lançou tese
própria (PSOL Necessário) no último Congresso, originando-se de um racha da
APS.
A relativa hegemonia do campo
moderado foi consolidada após a renúncia de Heloisa Helena, que foi presidente
do partido entre 2004 e 2010, e que teve sua filiação ao PSOL questionada pela
colaboração com a construção da Rede Sustentabilidade de Marina Silva. Afrânio
Bopré (APS), naquele momento, assumiu a presidência do PSOL, ficando até 2011,
quando Ivan Valente (APS) foi eleito para o cargo num mandato de dois anos. Em
2013, o setor moderado, a Unidade Socialista, obteve 52% dos votos dos/as
delegados/as, indicando Luiz Araújo (APS) como presidente do PSOL, enquanto o
Bloco de Esquerda conquistou 45% e o PSOL Necessário 3% dos votos. Na atual
executiva nacional o setor moderado possui dez representantes, enquanto o Bloco
de Esquerda possui nove, configurando um acirrado processo de disputa interna.
As principais tendências do PSOL (Clique nas imagens para mais informações)
Ação Popular
Socialista / Corrente Comunista (APS-CC): Oriunda do Movimento Comunista Revolucionário
e da Força Socialista, antigas tendências internas do PT, a APS adere ao PSOL
em 2005, tornando-se a principal corrente partidária, mesmo com o racha de
2012/2013. No último congresso elegeu o presidente do Partido, compondo o campo
mais a esquerda do partido.
Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL): Organização anterior à
fundação do PSOL, que inicialmente reunia organizações atuantes no campo (MLST
de Luta, MT e MLS) e que atraiu militantes de setores urbanos, principalmente
do serviço público, tornando-se uma tendência do PSOL. Em 2012, com críticas
“ao processo de moderação”, importantes lideranças do RJ e ES rompem com a
tendência. Após as denuncias de retenção de verbas de assessores contra uma
parlamentar do PSOL-RJ, o MTL dissolveu-se, tendo parte de seus integrantes
aderido a Rede Sustentabilidade.
Movimento de Unidade Socialista-MUS / Fortalecer o PSOL
(www.fortaleceropsol.com.br): Oriunda da antiga Convergência Socialista, da CST
e do MES, entre outros militantes que atuavam no PT. Também conhecidos como
Fortalecer o PSOL, título da tese apresentada no 3º Congresso. No último
congresso, junto com a APS e o MTL, compôs o campo moderado.
Somos PSOL : Tendência com pouca expressão e que no último
congresso compôs o campo moderado. Defende uma visão “de que estamos vivendo um
momento histórico de transição do capitalismo da Era Industrial, a Era da
Informação, que estaria em pleno desenvolvimento, a internet e sua arquitetura
interna — em sua versão de uso 2.0 –, seria uma nova geografia, digitalizada,
que permitiria aos seres humanos uma experiência sensorial intersubjetiva única
e revolucionária na história da humanidade”.
Insurgência (www.insurgência.org): Surge em 2013, fruto da fusão
entre o Coletivo Socialismo e Liberdade (CSOL), racha do PSTU; o ENLACE e o
Coletivo Luta Vermelha, filiado ao Secretariado Unificado da Quarta
Internacional. Publica a revista À Esquerda, critica o processo de moderação do
PSOL, a institucionalização e as alianças promovidas nas últimas eleições.
Movimento Esquerda Socialista (MES, www.lucianagenro.com.br/mes/):
Oriunda da antiga Convergência Socialista, o MES entra no PSOL e torna-se a
segunda maior tendência interna, atuando inicialmente próximo à Senadora
Heloisa Helena e ao MTL. Defendia posições mais moderadas, inclusive a aliança
com o PV, que ocorreu nas eleições de 2008, em Porto Alegre. Desde o II
Congresso disputa com a APS o controle do partido. Compõe o Bloco de Esquerda.
Luciana Genro, do MES, foi confirmada como candidata a vice-presidência de
Randolfe Rodrigues.
Corrente Socialista dos Trabalhadores (CST, www.cstpsol.org): Oriunda
da antiga Convergência Socialista, atuava no PT. É filiada à Unidade
Internacional dos Trabalhadores – Quarta Internacional (UIT-QI). Possui o
periódico mensal Combate Socialista. A CST, que compõe o Bloco de Esquerda,
acusa a Unidade Socialista de igualar o PSOL aos partidos do sistema.
Coletivo Resistência Socialista (CRS, http://www.resistenciapsol.xpg.com.br/):
Compõe o Bloco de Esquerda, apresenta críticas a condução da maioria e,
alegando fraude, não aceita os resultados do último Congresso e a candidatura
de Randolfe Rodrigues à Presidência, exigindo um novo processo.
Ação Popular Socialista / Nova Era (APS/NE,
http://psol50sp.org.br/files/2013/07/Tese-da-APS-Congresso-Estadual-Psol.pdf): Entre
2012 e 2013 a corrente majoritária APS sofre uma cisão. Surgem daí três
agrupamentos: a APS/CC, o coletivo Rosa Zumbi e a APS/Nova Era ou APS de
Esquerda, que reuniu, majoritariamente, setores sindicais de juventude críticos
às alianças realizadas pela APS em Macapá e Belém. No último congresso compôs o
Bloco de Esquerda.
Coletivo Primeiro de Maio (http://primeirodemaio.org/): Tendência
oriunda do Coletivo Rosa do Povo, é crítica do setor majoritário e da ampliação
de alianças promovidas pelo PSOL no último período. No último congresso compôs
o Bloco de Esquerda.
Coletivo Rosa Zumbi (http://coletivorosazumbi.wordpress.com/): Tendência
oriunda do racha da APS, é crítica tanto do setor moderado, por sua excessiva
institucionalização, quanto dos setores à esquerda, pelo seu sectarismo.
Defende a validade e atualização do Programa Democrático e Popular. No último
congresso lançaram chapa própria com apoio do Deputado Federal Chico Alencar.
Liberdade, Socialismo e Revolução (LSR, http://www.lsr-cit.org/): Fusão
das tendências Socialismo Revolucionário (SR) e Coletivo Liberdade Socialista
(CSL), filiada ao Comitê por uma Internacional do Trabalhadores (CIT),
trotskista, publica o jornal Ofensiva Socialista. Crítica dos rumos adotados
pela maioria, assinou junto com o Grupo de Ação Socialista (GAS) e o Reage
Socialista uma tese no último congresso, compondo também o Bloco de Esquerda.
Trabalhadores na Luta Socialista (TLS, http://trabalhadoresnalutasocialista.blogspot.com.br/): Agrupamento com maior expressão em São Paulo, crítico do setor majoritário e compôs o Bloco de Esquerda no último congresso.
ECOSSOL (https://ecossolpsol.wordpress.com/): Tem origem o Coletivo Comunista Libertário, o Movimento Nacional pela Legalização das Drogas, o Coletivo Verde, a Setorial Ecossocialista do PSOL e a Setorial LGBT do PSOL.
Fonte: http://goo.gl/WDThQW
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