Por: Elenilton Cunha
Registros recentes apontam que na
ditadura militar houve centenas de índios mortos espalhados pela mata,
mulheres, velhos, crianças, homens, membros da etnia Arara, após serem
contaminados por gripe nas margens da Transamazônica. Também os mais de dois mil,
indígenas Waimiri-Atroari, mortos por tiros de metralhadora, talvez até mesmo
bombas do Exército, e também por epidemias.
Também houve os campos de
trabalho forçado mantidos pela Fundação Nacional do
Índio (Funai) após 1964 e que manteve silenciosamente em Minas Gerais dois
centros para a detenção de índios considerados “infratores”. Para lá foram
levados mais de cem indivíduos de dezenas de etnias, oriundos de ao menos 11
estados das cinco regiões do país.
O processo civilizatório imposto
pelo regime militar incluía perseguição, criminalização, prisão e tortura de
lideranças indígenas que lutavam por seus territórios ou que tivessem
comportamento considerado inadequado. Na ditadura, a construção de estradas e
hidrelétricas e o desmatamento para a pecuária resultaram na expulsão de
comunidades indígenas de suas terras e em milhares de mortes.
Não obstante, diante desse
alarmante cenário de morte, acelera-se o processo de votação da PEC 215 que
legaliza um futuro macabro aos povos indígenas, pois em suma ela retira a
prerrogativa de demarcação de terras do poder Executivo e o transfere para o
poder Legislativo, convenhamos que em um Congresso infestado de ruralistas a
garantia de futuras demarcações de Terra está definitivamente descartada.
Comentários