Por: Elenilton Cunha
Na prática, com JANGO (João Goulart)
foi a primeira vez que o governo olhou para os mais pobres e deixou claro que estava
disposto a acabar com o analfabetismo, com a fome e melhorar a distribuição de
renda e de terras através das reformas de base aceitas pelo então presidente e
por parte significativa do Congresso, isso foi razão para as elites com auxilio
do IBAD (Instituto Brasileiro de Ação Democrática) difundir a crença, errada,
de que JANGO era um perigoso comunista. Houve as marchas da "Familia, com
Deus pela liberdade" para apoiar o golpe militar.
1- A ditadura se instala (1964-1968):
No cenário da guerra fria os EUA não
aceitariam as reformas de JANGO que diminuíam os lucros de suas corporações no
país, tampouco deixaria que aquelas políticas se espalhassem no continente.
Ainda que a realidade brasileira estivesse estivesse distante do que aconteceu em Cuba, que rompeu com o
imperialismo estadunidense de fato, o que acontecia no nosso país era
inaceitável aos interesses das corporações estrangeiras.
Cuba não interferia na economia dos EUA, tinha pouco valor econômico e como a "crise dos misseis" mostrara, seu valor era sobretudo ideológico, mas o Brasil sim, um pais continental com uma economia sólida e com muitas riquezas aos bancários e corporativistas era [e ainda é] muito mais valioso às aves de rapina do nosso continente que a grande ilha caribenha, de forma que os EUA não só financiaram o golpe, mas também deslocaram sua Marinha para nossa costa em apoio aos milicos e à UDN caso houvesse resistência do presidente ou do povo, fato já sinalizado por J. F. Kennedy dias antes e que explica a conivência dos EUA com Cuba e não com o Brasil, ainda que a situação fosse diametralmente oposta.
Cuba não interferia na economia dos EUA, tinha pouco valor econômico e como a "crise dos misseis" mostrara, seu valor era sobretudo ideológico, mas o Brasil sim, um pais continental com uma economia sólida e com muitas riquezas aos bancários e corporativistas era [e ainda é] muito mais valioso às aves de rapina do nosso continente que a grande ilha caribenha, de forma que os EUA não só financiaram o golpe, mas também deslocaram sua Marinha para nossa costa em apoio aos milicos e à UDN caso houvesse resistência do presidente ou do povo, fato já sinalizado por J. F. Kennedy dias antes e que explica a conivência dos EUA com Cuba e não com o Brasil, ainda que a situação fosse diametralmente oposta.
2- A ditadura aterroriza (1969-1975)
Vale lembrar que nem todos os milicos
eram pró-golpe, muitos eram a favor da legalidade do mandato de JANGO, o mais
famoso deles foi o Major Amaury Kruel, homem de confiança de João Goulart e um
dos que seguravam a derrubada do presidente com sua resistência implacável ao
intento dos setores golpistas, o que mantinha certa governabilidade à JANGO com
apoio de Brizola no Congresso, porém, um pouco antes do golpe, Kruel
simplesmente mudou de ideia, hoje é sabido que ele se vendeu por 6 malas de
dólares entregues pela FIESP (Federação das Industrias do Estado de São Paulo)
em nome de um banco internacional e abriu caminho para um dos períodos mais
sombrios da nossa história.
3- A ditadura não se sustenta (1976-1985)
O saldo destes tristes fatos foi o
sucateamento dos serviços públicos como a saúde, que receberia menos de 1% do
PIB para seu funcionamento, a educação que com o acordo MEC-USAID foi destruída
tanto estruturalmente quanto curricularmente, o saneamento, a politica agrária
que conseguiu concentrar mais e mais terras, a fome que matou 5 milhões de
nordestinos entre 1977 e 1982, o agravamento da dívida pública criada pelos milicos que hoje toma
47% do nosso PIB e, claro, as torturas, censuras e
repressões do regime. O saldo negativo do golpe de Estado é maior, mas estes já servem
de exemplo.
PARA REFLETIR:
Em 64 existia o Instituto Brasileiro
de Ação Democrática (IBAD) um "think thank" que financiava o
Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPÊS), responsável pelas teorias da
conspiração contra João Goulart para legitimar a ação golpista dos liberais
conservadores da União Democrática Nacional (UDN) ante a sociedade civil e
pressionar as forças armadas pela tomada do poder à força.
Foi através das ações do IPÊS que as
marchas da "Familia com Deus pela liberdade" puderam acontecer, pois
através do medo generalizado e da desinformação que instauraram fizeram o povo
sair às ruas contra a "ditadura comunista fascista" (sim, isso mesmo,
eles falavam assim) de JANGO e exigir um golpe militar.
Em 2015 temos o Instituto Millenium (IMIL) um "think thank" que sustenta as ações da VEJA, do GLOBO, da Folha de S. Paulo, do Estadão e associados com suas teorias da conspiração contra o governo para legitimar o golpe dos liberais conservadores do Democratas (DEM) e aliados ante a sociedade civil. Se possível, por via de outro golpe militar.
É através do IMIL que as marchas dos
“coxinhas” podem acontecer, pois através do medo generalizado e da desinformação
que instauram eles fazem o povo sair às ruas contra a "ditadura
nazi-fascista comunista" (sim sim, eles falam isso) de Dilma Roussef e
exigir um golpe militar.
Pensem nisso.
Editora ABRIL sempre minimizou o golpe e nunca deixou de flertar com o regime. |
Comentários