quinta-feira, 10 de dezembro de 2015


"Para essas pessoas, a melhor coisa é a escola militar." Disse Marconi sobre os professores em entrevista.


Por: Elenilton da Cunha Galvão 



   

Marconi Perillo governador de Goiás pelo PSDB, um dos governadores que estão apoiando o golpe do ipitimam de Eduardo Cunha no Congresso Nacional, afirmou para uma plateia de mais de 90 pessoas, segundo o portal Goiás Real, que seu critério de escolha para levar a cabo o projeto de militarização das escolas goianas é o de militarizar prioritariamente as escolas que possuam professores "baderneiros". Baderneiro, nesse caso, são os professores que lutam por seus direitos diante dos sucessivos ataques aos direitos do professorado goiano e da qualidade do ensino no Estado. Prestem atenção nestas palavras,  in verbis: 

"Fui num evento e tinha um grupo de professores radicais da extrema esquerda me xingando. Eu disse: tenho um remedinho pra vocês. Colégio Militar e Organização Social. Identifiquei as oito escolas desses professores. Preparei um projeto de lei e em seguida militarizei essas oito escolas. O Brasil está precisando de 'nego' que tenha coragem de enfrentar" 

Diante do atual quadro social de comunofobia latente, acusar os professores indignados com sua situação de "extrema esquerda" é mera demonstração de mesquinhez política e primitivismo intelectual, tanto que,  questionado por uma repórter se a perseguição política a professores grevistas ou que ousem falar de sua situação é, de fato, norteador das políticas educacionais do governo do Estado, Marconi, descaradamente reafirmou: 

"Eu disse e repito: não podemos ter baderneiros nas escolas. Escolas que não conseguem lidar com baderneiros precisam de um modelo diferente, de um conceito diferente. Para essas pessoas, a melhor coisa é a escola militar. Há que se ter disciplina, hierarquia e respeito". 

Veja o vídeo que Marconi confirma que persegue professores: 




A tragicomédia do desgoverno PSDBista no Estado ainda é maior graças à atuação da professora Raquel "Pilatos" Teixeira, que diante da iminente crise da educação no Estado, não só lava as mãos como assente com o processo de precarização e desarticulação da educação e dos professores goianos. Pouco tempo antes se dizia contra a "terceirização" do Ensino Público que ao seu ver deveria ser "valorizado", hipocrisia, hoje Raquel Texeira é uma das maiores responsáveis pela privatização do Ensino público de Goiás.

A dita prof. nada questionou quando o Governador Perillo enviou há alguns dias à ALEGO (Assembléia Legislativa de Goiás) o PL 814/15 que modifica o Estatuto dos Servidores Goianos e o plano de vencimento do pessoal do Magistério, retirando direitos referentes aos adicionais quinquenais do professorado, tanto quanto modificando os critérios de abonos aos servidores que porventura faltarem aos seus respectivos postos de trabalho. 

Vale a pena lembrar que no ano de 2012, graças ao PL 02/2012 e a articulação de Marconi Perillo, Thiago Peixoto (secretário de educação do ultimo mandato do PSDBista) e Jardel Sebba (Atual prefeito de Catalão em uma administração desastrosa e ex-presidente da ALEGO) praticamente destruiu o plano de carreira dos  professores do Estado. O PL 02/12 é só a ferramenta que viabiliza o PL 17.508/11, que sob a batuta de Jardel Sebba rasgou o plano de carreira dos professores do Estado.

Ao implantar as OS's na educação pública, Marconi cede às organizações recurso estatal para fazer gestão administrativa (como compra de materiais e manutenção predial), contrato docentes (professores temporários já correspondem à 30% da rede goiana esse número triplicará com a implantação do projeto) com salários inferiores aos já risíveis salários da educação e monitoramento dos alunos que baterão ou não as arbitrárias e questionáveis metas de aprendizagem do Estado. 

A professora Raquel Teixeira não só apoia a iniciativa como afirmou em entrevista à Folha que: "Eles [os empresários] estudaram economia, administração de empresas. Entendem mais de administração do que nós, educadores". Não há necessidade de reforçar o tamanho absurdo dessa lógica que segue à risca a política neoliberal de colocar a educação como mero produto do Capital em função da alienação dos alunos e precarização do serviço público visando o lucro. 

Resumo da ópera. Marconi está acabando com a carreira e os salários dos professores do Estado e com a estrutura pedagógico-escolar, se os professores reclamarem e/ou lutarem contra essa lógica, Marconi Perillo militarizará o ambiente de trabalho dos que oferecem resistência através da implantação de OS's  nas instituições que forem identificadas como "baderneiras", reprimindo qualquer esforço de resistência e organização dos professores e alunos do Estado, sim foi exatamente isso que disse o tucano, perseguição política e desestruturação do ensino em prol do enxugamento de recursos e ampliação da participação privada na educação goiana é a pedagogia tucana para "melhorar" o ensino de Goiás.

Bem-vindos à 1964.




































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