quinta-feira, 2 de abril de 2015


Por: Leandro Eliel





Atualmente, dois campos disputam o controle do partido: um setor moderado e majoritário (Unidade Socialista), capitaneado atualmente pela APS e por diversos grupos regionais; e um setor radicalizado (Bloco de Esquerda), composto por Insurgência, MES, APS-Corrente Comunista, CST, LSR, Carlos Gianazzi, entre outras organizações e lideranças. Entre eles o Coletivo Rosa Zumbi, que lançou tese própria (PSOL Necessário) no último Congresso, originando-se de um racha da APS.

A relativa hegemonia do campo moderado foi consolidada após a renúncia de Heloisa Helena, que foi presidente do partido entre 2004 e 2010, e que teve sua filiação ao PSOL questionada pela colaboração com a construção da Rede Sustentabilidade de Marina Silva. Afrânio Bopré (APS), naquele momento, assumiu a presidência do PSOL, ficando até 2011, quando Ivan Valente (APS) foi eleito para o cargo num mandato de dois anos. Em 2013, o setor moderado, a Unidade Socialista, obteve 52% dos votos dos/as delegados/as, indicando Luiz Araújo (APS) como presidente do PSOL, enquanto o Bloco de Esquerda conquistou 45% e o PSOL Necessário 3% dos votos. Na atual executiva nacional o setor moderado possui dez representantes, enquanto o Bloco de Esquerda possui nove, configurando um acirrado processo de disputa interna.


As principais tendências do PSOL (Clique nas imagens para mais informações)


Ação Popular Socialista / Corrente Comunista (APS-CC):  Oriunda do Movimento Comunista Revolucionário e da Força Socialista, antigas tendências internas do PT, a APS adere ao PSOL em 2005, tornando-se a principal corrente partidária, mesmo com o racha de 2012/2013. No último congresso elegeu o presidente do Partido, compondo o campo mais a esquerda do partido.


 Blog da Tendência


Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL): Organização anterior à fundação do PSOL, que inicialmente reunia organizações atuantes no campo (MLST de Luta, MT e MLS) e que atraiu militantes de setores urbanos, principalmente do serviço público, tornando-se uma tendência do PSOL. Em 2012, com críticas “ao processo de moderação”, importantes lideranças do RJ e ES rompem com a tendência. Após as denuncias de retenção de verbas de assessores contra uma parlamentar do PSOL-RJ, o MTL dissolveu-se, tendo parte de seus integrantes aderido a Rede Sustentabilidade.

 Saiba +


Movimento de Unidade Socialista-MUS / Fortalecer o PSOL (www.fortaleceropsol.com.br): Oriunda da antiga Convergência Socialista, da CST e do MES, entre outros militantes que atuavam no PT. Também conhecidos como Fortalecer o PSOL, título da tese apresentada no 3º Congresso. No último congresso, junto com a APS e o MTL, compôs o campo moderado.


 Para o site


Somos PSOL : Tendência com pouca expressão e que no último congresso compôs o campo moderado. Defende uma visão “de que estamos vivendo um momento histórico de transição do capitalismo da Era Industrial, a Era da Informação, que estaria em pleno desenvolvimento, a internet e sua arquitetura interna — em sua versão de uso 2.0 –, seria uma nova geografia, digitalizada, que permitiria aos seres humanos uma experiência sensorial intersubjetiva única e revolucionária na história da humanidade”.



Insurgência (www.insurgência.org): Surge em 2013, fruto da fusão entre o Coletivo Socialismo e Liberdade (CSOL), racha do PSTU; o ENLACE e o Coletivo Luta Vermelha, filiado ao Secretariado Unificado da Quarta Internacional. Publica a revista À Esquerda, critica o processo de moderação do PSOL, a institucionalização e as alianças promovidas nas últimas eleições.



Movimento Esquerda Socialista (MES, www.lucianagenro.com.br/mes/): Oriunda da antiga Convergência Socialista, o MES entra no PSOL e torna-se a segunda maior tendência interna, atuando inicialmente próximo à Senadora Heloisa Helena e ao MTL. Defendia posições mais moderadas, inclusive a aliança com o PV, que ocorreu nas eleições de 2008, em Porto Alegre. Desde o II Congresso disputa com a APS o controle do partido. Compõe o Bloco de Esquerda. Luciana Genro, do MES, foi confirmada como candidata a vice-presidência de Randolfe Rodrigues.




Corrente Socialista dos Trabalhadores (CST, www.cstpsol.org): Oriunda da antiga Convergência Socialista, atuava no PT. É filiada à Unidade Internacional dos Trabalhadores – Quarta Internacional (UIT-QI). Possui o periódico mensal Combate Socialista. A CST, que compõe o Bloco de Esquerda, acusa a Unidade Socialista de igualar o PSOL aos partidos do sistema.




Coletivo Resistência Socialista (CRS, http://www.resistenciapsol.xpg.com.br/): Compõe o Bloco de Esquerda, apresenta críticas a condução da maioria e, alegando fraude, não aceita os resultados do último Congresso e a candidatura de Randolfe Rodrigues à Presidência, exigindo um novo processo.




Ação Popular Socialista / Nova Era (APS/NE, http://psol50sp.org.br/files/2013/07/Tese-da-APS-Congresso-Estadual-Psol.pdf): Entre 2012 e 2013 a corrente majoritária APS sofre uma cisão. Surgem daí três agrupamentos: a APS/CC, o coletivo Rosa Zumbi e a APS/Nova Era ou APS de Esquerda, que reuniu, majoritariamente, setores sindicais de juventude críticos às alianças realizadas pela APS em Macapá e Belém. No último congresso compôs o Bloco de Esquerda.



Coletivo Primeiro de Maio (http://primeirodemaio.org/): Tendência oriunda do Coletivo Rosa do Povo, é crítica do setor majoritário e da ampliação de alianças promovidas pelo PSOL no último período. No último congresso compôs o Bloco de Esquerda.




Coletivo Rosa Zumbi (http://coletivorosazumbi.wordpress.com/): Tendência oriunda do racha da APS, é crítica tanto do setor moderado, por sua excessiva institucionalização, quanto dos setores à esquerda, pelo seu sectarismo. Defende a validade e atualização do Programa Democrático e Popular. No último congresso lançaram chapa própria com apoio do Deputado Federal Chico Alencar.



Liberdade, Socialismo e Revolução (LSR, http://www.lsr-cit.org/): Fusão das tendências Socialismo Revolucionário (SR) e Coletivo Liberdade Socialista (CSL), filiada ao Comitê por uma Internacional do Trabalhadores (CIT), trotskista, publica o jornal Ofensiva Socialista. Crítica dos rumos adotados pela maioria, assinou junto com o Grupo de Ação Socialista (GAS) e o Reage Socialista uma tese no último congresso, compondo também o Bloco de Esquerda.


Trabalhadores na Luta Socialista (TLS, http://trabalhadoresnalutasocialista.blogspot.com.br/): Agrupamento com maior expressão em São Paulo, crítico do setor majoritário e compôs o Bloco de Esquerda no último congresso.


ECOSSOL (https://ecossolpsol.wordpress.com/): Tem origem o Coletivo Comunista Libertário, o Movimento Nacional pela Legalização das Drogas, o Coletivo Verde, a Setorial Ecossocialista do PSOL e a Setorial LGBT do PSOL. 





Fonte: http://goo.gl/WDThQW

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